sábado, 3 de junho de 2017

day one

Já fazem 10 meses. Parece pouco, mas na verdade essa data marca um recomeço. Há 10 meses, tudo mudava na minha vida e eu finalmente me recuperava dos imprevistos do destino. Um vento forte derrubou o castelo de areia que eu vinha construindo e eu, antes ali aprisionada, não imaginava quantas possibilidades haviam para além das minhas muralhas. Se eu soubesse, provavelmente teria escapado das fronteiras deste reino. Alguém poderia ter me avisado que eu podia trocar o medo do desconhecido por uma receita mágica que envolve tempo, esperança, atravessar o oceano e ter bons amigos. Mas a verdade é que o segredo da felicidade vai muito além disso. E quando perdemos a esperança, é um pouco mais difícil enxergar a simplicidade de ser feliz.

Aquele momento foi minha passagem entre o passado e o futuro. Ali, eu finalmente olhei para o castelo em ruínas e percebi que eu queria o mundo. Longe de casa, o mundo me recebeu de braços abertos. Eu achava que estava pronta para conhecer os seus segredos, mas ele é quem estava pronto para me mostrar os meus. E assim, eu me descobri e me reinventei. Há 10 meses, uma nova versão de mim mesma surgia, pronta para todas as oportunidades que a vida pode me oferecer. Ainda com meus medos e inseguranças, mas com um trilhão de sonhos numa mala onde só cabiam 10 kg. 

E naquele dia primeiro, eu só tinha a agradecer. Agradecer a Deus por me mostrar um novo caminho. Agradecer a Santa Teresinha por interceder por mim e por todos os sinais que enviou para me guiar. Agradecer ao mundo pelas oportunidades, novos caminhos e pelo sol que se põe todos os dias.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

A gente se basta para ser feliz

Por muito tempo, acreditei nas histórias de princesas que só encontravam seu felizes para sempre com príncipes encantados. Ainda bem que isso mudou, tanto nas minhas crenças quanto nos novos contos de fadas que as crianças assistem. O amor é lindo, e não há dúvidas de que amar e ser amado é um desejo, se não um grande sonho do ser humano. Mas não, não é impossível ser feliz sozinho.
Por mais romântica que eu seja, aprendi que eu me basto para ser feliz. Sozinha ou com meu cachorro. Assistindo Netflix ou escrevendo pensamentos e sentimentos que vivem dentro de mim. Conquistando minhas próprias conquistas. Sonhando alto, viajando nos sonhos ou no imenso céu azul. Comendo um brownie de chocolate ou um petit gatêau. Mimando a mim mesma com tudo aquilo que eu achar que devo. Falando francês, inglês ou japonês. Encontrando músicas que me deem paz. Rezando ou refletindo sobre a minha vida. Falando com Deus e me enchendo do Espírito Santo. E sorrindo porque o Pai me acordou para mais um dia nessa aventura.

Eu sou feliz, encontro coisas boas até nós dias ruins, busco aprender ao máximo com as lições do passado e nunca, nem por um segundo, me arrependo de nada que vivi. Não busco quem me complete, porque hoje eu sei que sou tudo o que eu preciso. Busco quem me transborde. Alguém que com sua presença consegue intensificar a felicidade que existe em mim e cada sentimento que há aqui dentro. Alguém que que saiba que a felicidade é ainda melhor compartilhada. Alguém para compartilhar sonhos, sobremesas, minhas séries preferidas, músicas, orações, a fé e a esperança num mundo de amor. Alguém com quem compartilhar todos os sorrisos que eu, sozinha, aprendi a sorrir...

sexta-feira, 24 de março de 2017

life's breathtaking

Ela acha que não é normal. Parece besteira, mas existem pequenos momentos da vida dela que se tornam inesquecíveis. Momentos que não necessariamente fazem parte da sua própria vida, mas que foram presenciados em segundos de observação. Porque quando ela anda pela rua e vê o rosto de uma criança, não consegue conter o sorriso. Tão simples quanto observar um cachorro balançando o rabo enquanto caminha pela rua ou sua felicidade ao encontrar seu dono. E quando ela observa o brilho nos olhos de um pai para seu filho ou o carinho entre um casal de idosos que viveram uma vida inteira juntos, ela imagina seu futuro. Assim como quando ela vê um abraço cheio de saudade entre pessoas que há muito não se vêem, ela se sente bem...
Ela, que vive sonhando acordada, às vezes se pergunta por que eles acham a vida tão difícil. Eles realmente vivem ou apenas existem? Eles também amam? Eles sabem ser felizes? Para ela, a felicidade é natural. Ser feliz é tão natural quanto respirar, tão simples e inevitável. Como as pessoas podem complicar tanto? O que as faz feliz?
Ela se sente feliz apenas por ver a felicidade pelo mundo. Ao ver conquistas das pessoas ao seu redor ou simplesmente seus sorrisos. Seu celular toca. Uma nova mensagem. Uma amiga com saudades. Então, ela encontra a felicidade outra vez. Ou às vezes quando não se espera, encontrar novos corações que batem na mesma sincronia que o seu e compartilhar sua história, seus mistérios e tudo que a faz ser quem ela é. E aquele sorriso bobo quando alguém a elogia ou quando começa a tocar sua música preferida no rádio. A beleza que ela encontra enquanto assiste um novo amor nascendo e presencia o início de uma paixão igual àquela do filme que assistiu no último fim de semana. O medo se mistura com a ansiedade e o desejo de viver os sonhos que estão escondidos embaixo do seu travesseiro. E no fim do dia, não há felicidade maior do que deitar a cabeça no travesseiro, agradecer por mais um dia e deixar a cabeça flutuar em seus sonhos e esperanças.