segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Silence Of The City

Quando a noite caia, ela se via no silêncio em que sua mente podia viajar. O silêncio de uma cidade que nunca dormia era o simples barulho do vento, o balançar das folhas nas árvores, os pneus girando no asfalto que não veem a hora de chegar em casa. Sem buzinas, sem televisões ligadas em seus programas sensacionalistas, nem celulares tocando a cada 5 minutos. Naquele silêncio, ela ouvia a respiração profunda de quem havia adormecido no quarto ao lado, a única certeza de que não estava sozinha e de que outros corações batiam próximo ao dela.
Apesar da solidão da noite, aquele era o momento pelo qual ela ansiava enquanto via o sol brilhar e realizar sua rotina, nascendo e morrendo, dia após dia, acompanhando toda a agitação que as vidas aceleradas criavam para aquele curto período de tempo, vivendo sem parar pra pensar, morrendo sem parar de respirar. Enquanto eles desejavam dias mais longos para que todas suas inutilidades fossem feitas, ela esperava que o dia terminasse o quanto antes. Ela sempre espera que o dia termine.
Ao ver o sol se pôr, mal podia esperar para estar sozinha com sua verdadeira amiga, que podia não estar sempre ali – afinal, nem o amigo mais fiel está sempre presente. No entanto, na maioria das noites a acompanhava com toda sua beleza e majestade. E ali, sentada na janela do oitavo andar, sendo iluminada pela lua, ela passava as noites em claro, vivendo como ninguém vivia, viajando por entre as estrelas mais distantes, encontrando sua paz no breu da noite e no silêncio, no silêncio daquela cidade que nunca se calava...

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