terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você ....

Tem gente que tem dom de me fazer feliz, não sei o motivo mas quando vejo o nome dele me ligando um sorriso enorme e bobo fica estampado no meu rosto.
Quando eu estou com ele o céu cinza passa a ser azul e todos parecem nos abençoar.
O estranho é que eu tinha prometido a mim mesma que isso não era prioridade, mas olha só como a vida é.Passei um tempão procurando e idealizando caras errados só para aparecem certos para mim e quando eu parei de procurar...surgiu então tudo que eu sempre quis.
Talvez o meu erro foi deixar ele na zona de amigos por uns sete ou seis anos? Mas agradeço o tempo que me fez crescer, evoluir.Se não tivesse quebrado tanto a cara eu não daria o devido valor ao que tenho hoje.
A verdade é que eu não fico a cada dia mais apaixonada.O que eu sinto é muito mais maduro, a minha paixão se renova e reinventa todos os dias.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

There's no place like home


Doce e encantadora, ela decolara sentada na janela, de onde pode ver a grande cidade que deixava para trás. Rumo ao céu em suas elevadas altitudes, a terra ficava cada vez mais distante. Voando, o avião cortara as nuvens e passara por elas com a leveza de um pássaro. Acima das nuvens de algodão era possível ver o sol, cujo ciclo diário se fechava, deixando no céu um mesclado de vermelho e laranja quase mágico de tão belo. Ela pensara em fotografar, mas percebera que aquele era um momento único que não poderia ser dividido com mais ninguém. Por alguns instantes estivera tão perto das nuvens que sentia como se pudesse tocá-las, elas formavam um tapete branco e sereno que se assemelhava à enormes porções de algodão doce. 
Olhara ao seu redor e vira que o desconhecido homem ao seu lado vestia seus óculos e lia um livro em uma língua diferente, talvez alemão. Imaginara se ele também havia estranhado o livro em suas mãos. Dentro de seu livro, havia uma foto que a fazia ansiar pelo futuro. A foto daquele que a fazia estar admirando o azul do céu com um olhar um tanto quanto apaixonado. E apesar de estar sozinha, sentia-se segura. Sabia que um anjo da guarda nunca a abandonaria e que ele estava próximo a medida que se aproximava do céu. Eram estes momentos de reflexão que a enchiam de esperança e força para continuar a viver. O que alguns entendem como solidão a tornava mais forte. "Você nunca estará sozinho se souber como chegar a si mesmo", diria ela a uma amiga que a questionara sobre a solidão. A verdade é que ela tinha tudo no pouco que a pertencia. 
O gigante e já distante tapete branco a fez perceber que estava mais alto do que imaginara. O horizonte alaranjado a lembrava de que ela era apenas um ponto na imensidão de seu mundo. Acima das nuvens, percebera que não conhecia quase nada e nem teria chance de conhecer todos os cantos nesta vida. Somos tão pouco e ao mesmo tempo nos sentíamos tão grandes. Mera ilusão humana. Para ela, a razão de estar aqui mesmo sendo tão pouco era cumprir a sua missão. Havia lido em algum lugar que cada um de nós éramos seres espirituais tendo uma experiência humana e talvez fosse exatamente isso. Nossos sentimentos e relacionamentos são vestígios de algum outro mundo ainda presentes em nossa memória, por isso são tão valiosos. O amor é o que deve guiar dentro desta experiência. Só assim poderemos chegar a essência de seres humanos... 
Acabara de ler mais um romance, mais um livro que iria para sua lista de favoritos. Uma história sobre amor, esperança, vida e morte... Uma ficção na qual pode identificar muito de sua própria vida - seu anjo da guarda, sua esperança e seu amor. Descobrira também uma palavra encantadora, querência, do espanhol: porto seguro; era exatamente o que ela gostava de chamar de wonderwall. Diferentes línguas para um sentimento universal: o amor, incomparável e seguro amor que faz com que aquela pessoa única se torne como um lar, ao qual você sempre deseja voltar. Ela continuou pensativa até chegar a conclusão de que seu maior desejo era que este avião estivesse retornando ao seu lar, onde a lua tem um brilho especial e o sol aquece, trazendo de volta seu calor.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

only yesterday was the time of our lives


Às vezes a saudade é tanta que o corpo se torna insensível e o coração parece estar paralisado entre amor e distância... Este coração se encontra perdido no meio do caminho sem saber se acredita na realidade ou na imaginação. 
Por que a realidade é tão cruel e dolorosa? Por que a minha imaginação me deixa leve como se tivessem tirado um grande peso de minhas costas e me leva pra tão perto de você? A realidade é que anjos não existem e eu nunca saberei a verdade existente lá em cima, a não ser no dia em que me encontrar neste distante local. A imaginação me faz parar por um instante, lembrando-me que quem cria a história, quem escreve o livro, e quem dirige o filme sou eu. Então tudo que eu imaginar, existirá. E se anjos existem nos meus sonhos de todas as noites, eles sempre existirão aonde quer que eu esteja. 
Nos mais incríveis e emocionantes sonhos, tudo pode acontecer, assim como Lucas Silva e Silva dizia, "diretamente do mundo da lua, onde tudo pode acontecer". E há quem diga que não acredita, estes são os covardes que crêem apenas no que vêem, pobres de espirito.
Numa noite qualquer, cheia de saudade, quase perdendo a conta de quando tempo se passou desde a última vez que te vi, escrevo poucas palavras, não tão belas e dignas para serem dedicadas à você. Mas escritas de corpo e alma com todos os meus pensamentos em você e na falta que me fazem seus mais simples e inocentes gestos. Sua bela inocência que me encheu de fé e esperança até o último instante.
Em noites como essa, pego-me pensando em como seria essa louca história, chamada vida, se você ainda estivesse aqui... Tantos planos por fazer, tantas conversas por conversar, tantas novidades por contar, tudo num passado não tão passado, mas distante o suficiente para me sufocar em lembranças. Lembranças de um tempo que não volta mais...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

“No fundo sou sozinha. Há verdades que nem a Deus eu contei. E nem a mim mesma. Sou um segredo fechado a sete chaves. Por favor me poupe. Estou tão só. Eu e meus rituais. O telefone não toca. Dói. Mas é Deus que me poupa.”

— Clarice Lispector